Como formar pequenos leitores?

Como formar crianças que amem ler? Que saibam escolher um livro sozinhas? Que consigam comunicar como foram tocadas por determinada história? O primeiro passo é entender que não é necessário fazer uma checagem ou propor uma atividade após uma roda de leitura ou uma leitura individual – as histórias são maiores do que qualquer função que possamos atribuir a elas. Ler é um encontro e todo encontro é uma experiência subjetiva, que não se pode medir com uma régua. Ler possibilita conhecer vidas que não são as nossas e com isso alarga nossas perspectivas e abre novas áreas de pensamento. As histórias também trazem elementos que se conectam com os dilemas da criança e sua rotina, ajudando-a a elaborar questões que antes ela podia não conseguir pôr para fora. “Cada criança inventa e reinventa para si mesma a sua história da história, de acordo com o que fizer sentido naquele instante”, escreveu Cristiane Velasco no livro “Histórias de boca – O conto tradicional na Educação Infantil”. O livro gosta de brincar de polícia e ladrão: rouba-nos de nós mesmos e nos devolve a nós mesmos. A cada leitura, somos deportados para um país de ficção, ao mesmo tempo em que chegamos mais perto de quem somos. “Se a escola pretende formar leitores, terá de lidar com este fato inexorável: não vai ter acesso a tudo o que o texto provoca em seus leitores”, escreveram Josca Baroukh e Ana Carolina Carvalho em “Ler Antes de Saber Ler – Oito mitos escolares sobre a leitura literária”. Então, se uma criança estiver fascinada por determinada história e você não souber bem o porquê, é sinal de que está indo tudo muito bem: você está testemunhando a formação de um pequeno leitor.

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